Corsino Fortes el gran poeta caboverdiano ha fallecido a los 82 años de edad en la localidad de Mindelo, la Academia Caboverdiana de las Letras de la que era presidente lo anunciaba hace unas horas con un comuicado.
La Academia Caboverdiana de las Letra profundamente consternada , anuncia el fallecimiento de su Presidente, el poeta Corsino Fortes. El significado de su trabajo para las letras y la cultura de Cabo Verde y la estatura de su personalidad en la defensa de la libertad del país y en la construcción del país, Corsino António Fortes deja un silencio, una brecha insalvable dentro de la nación.
Entre las muchas cualidades destacamos el lado humano de la gran intelectual, su capacidad de llevarse bien amigablemente con todos los ámbitos de la vida, la humildad política y cultural y generosidad, además de su talento reconocido. Entre otras, cosas fue diplomático, ministro, hombre de negocios, también presidió la Asamblea General de la Fundación Amílcar Cabral. También dejó su marca como creador de caboverdiano televisión experimental.
Se trata del más grande poeta épico de Cabo Verde y su obra compuesta por la trilogía de Pão & fonema, Árvore & tambor e Pedras de sol & substância,, reunidas en 2001 en el volumen » La cabeza calva de Dios»
Si la poesía es «el palacio de los sueños», Corsino Fortes es sin duda uno de sus servidores más destacados. Como siempre, dijo, la cultura es como una carrera de relevos. Cada pasa la antorcha a los que vienen a continuación. Corsino Fortes pasa la antorcha a toda una generación!.
Recientemente había recibido el gran Ppremio Literário «Vida e Obra que conmemoraba el 401º aniversario de la independencia de Cabo Verde
Reproducimos en homenaje al poeta desaparecido uno de sus versos
Não há fonte que não beba da fronte deste homem
I
Nas rugas deste homem
Circulam
estradas de todos os pés que emigram
Quebram-se
vivas! as ondas de todas pátrias
Anulam-se
de perfil! as chinas de todas muralhas
Na mão bíblica
No humor bíblico deste homem
crepitam de joelhos
Desertos & catedrais
Onde
deus & demónio
jogam
noite e dia
a sua última cartada
E do pó da ilha à mó de pedra
Não há relâmpago
Que não morda a nudez deste homem
Nudez de liberta!
Que a dor germina
E o espaço exulta
E pela ogiva
ogiva do olho
Não há poente
Que não seja
Uma oração de sapiência
Sobre a face deste homem
o povo ergueu a praça pública
E os tambores transportam
o rosto deste homem
Até à boca das ribeiras
E ao redor
os vulcões respeitam
o silêncio deste homem
I I
Não há chuva
Que não lamba o osso de tal homem
À porta da ilha
Diz o sal de toda a saliva
O sol ondula oceanos no sangue deste homem
Oh cereal altivo! vertical & probo
Ainda ontem
antes do meio-dia
O vento punha velas na viola deste homem
Hoje!
A viola
De tal dor é sumarenta
E projecta
sobre as almas
a seiva
De uma árvore imensa
Oh oceanos! que ladram à boca das tabernas
Se o sangue deste homem
é tambor no coração da ilha
O coração deste homem
é corda no violão do mundo
E os joelhos
rodas que vão! hélices que sobem
com ilhas no interior
I I I
Sombras sobre a colina Rosto sobre o povoado
Quando
pastor & gado jogam à cabra-cega
E chifres de sol
projectam
cidadelas no ocidente
O poente galopa a maré-alta
E ergue
«À taça da noite
Sobre as têmporas deste homem»
Oh noite verde! oh noite violada
Que a noite não apague
A memória das cicatrizes
E cicatrizes de ontem
Sejam
Sementes de hoje
Para sementeira E floresta de amanhã